quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fecham-se as cortinas....

Eis que tudo sempre tem um fim...

As vezes esses acontecem naturalmente, outras são motivados, ou repentinamente, mas sempre há um fim...

Nesse espaço coloquei muito de mim, muito do que pensava, muito do que sentia, foi um grande refúgio e acho que assim poderia ter continuado se minha sede de satisfação e se meu ego por reconhecimento tivessem permitido.

As coisas que aqui estão só eu entendo, só eu sei o porque delas serem ou estarem assim, só eu senti e soube o que queria e o motivo delas... apenas eu reconheço a melodia de cada uma...

Tudo que nesse ambiente depositei foram por motivos tão meus, tão intimos, tão particulares...

Aqui permiti imaginar outra pessoa, me permiti ser outra pessoa ou apenas mostrar um pedaço de mim que fica escondido entre minha alegria esbanjada....

Sendo assim levei dias para alguns, horas para outros e as vezes até minutos.

As palavras aqui colocadas por vezes foram de outros e para outros, porém nunca sentidas como senti, nunca pensadas como pensei e muitas vezes não compreendidas, mas esse foi o risco que assumi ao tornar parte de um “eu escondido” público, quando decidi que essa minha vida de pensamentos loucos de idéias infundadas, ou fundadas sem propósito, esse universo de sentimentos que nem eu sabia que existiam chegassem até os olhos de outros... e penso por vezes refletindo em tudo que as palavras ocasionam já paguei preços altos demais para manter esse mundo aberto...

Mas assim como tudo acaba, costumamos também deixarmos as avaliações apenas pro fim...e apesar de muitas coisas erradas eu pude aqui falar do que muitas vezes não encontrei ouvidos para ouvir.

Foi dessa maneira que me debrucei sobre o móvel e chorei, choro esse guardado pelo medo de demonstrar fraqueza, foi dessa maneira que expressei a dor da perda, da perda de alguém, da perda de tempo, da perda de vontade, da perda de amor e da perda de uma fé que sempre me abasteceu a qual se foi junto com tantos outros sonhos e pensamentos.

Foi dessa maneira que encontrei em algumas lacunas e entre linhas formas de dizer sobre um passado que me dói demais, que me deixou marcas as quais não me livrei, de uma infância de culpa e medo, onde pude falar de um presente que não é só sorrisos, brincadeiras e de um receio de um futuro só.

Me fiz ler, me fiz ver e escrevi para mim e errei ao achar que isso poderia ser de outro.

Foi por vezes ótimo deixar de ser o que muitos querem que eu seja, ou o que muitos pensam que eu sou, pois foi aqui também compreendi que somos o que os olhos alheios veem.

Sozinha nesse mundo que criei perguntava-me a todo momento se não era a loucura que batia em minha porta, ou se realmente é assim que somos e que sentimos, ou se seria eu tão diferente ou tão igual.

Me questionei, me magoei, me culpei, me perdoei, me achei e me perdi inumeras vezes...

Um dia pode ser que aqui volte a escrever, porém creio que se o fizer será diferente do que foi, penso que se aqui voltar falarei de fatos cotidianos desse mundo em que vivemos, nada mais de sentimentos ou de querer fazer disso o paradeiro de minhas alienações, demências, manias, medos e aflições....

E para encerrar essa despedida é comum que no fim (em despedidas) nos desculpamos pelas coisas que não foram legais, é no fim as vezes que pedimos perdão aos erros vividos e a alguns revividos.

Portanto aqui deixarei minhas desculpas por ter feito das minhas palavras sentimentos em outros, por ter usado de forma errada algumas delas, por não ter sido minuciosa em minhas expressões e causar maus e terriveis entendidos...peço também desculpas se as vezes escrevi coisas que permitissem serem levadas a outras vidas, se permiti que muitos de meus sentimentos fossem de outros, por deixar que se reconhecessem neles.

Apesar de que sobre isso não tive controle...mas creio ser importante pelo menos sobre o que poderia ter evitado. Mas por mais que possa apagar toda a escrita, não posso apagar tudo que foi envolvido, todos sentimentos, motivos e razões... então aqui cabem as desculpas...

E nesse último texto peço que não interpretem, não tentem entender, não questionem, apenas leiam se assim o quiserem ou o deixem aí. Já era de minha intenção o fim, mas por uma vaidade por alguns elogios e pedidos os quais incharam meu ego continuei aqui a por tudo o que não precisavam saber. E quando se é vaidoso ou se tem vaidade se perde a razão.

E hoje como nunca o fiz colocarei a melodia que embalou essa despedida.

E volto ao mundo que é só meu.

FIM


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